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Crenças e Comportamentos em relação à COVID-19 em Moçambique

O inquérito será o mesmo para as duas amostras e recolherá informações sobre emprego e segurança alimentar; a consciência geral e as crenças relativas à COVID-19; comportamentos individuais e coletivos, exposição ao conflito; sintomas de COVID-19. Para atenuar o preconceito relativo ao tabu das crenças tradicionais, ao recolher informação sobre as crenças em relação à COVID-19, incluiremos questões que compõem uma lista experimental.

Na ausência de um tratamento efetivo ou vacina, um elemento essencial na luta contra a COVID-19 consiste em assegurar o cumprimento dos comportamentos recomendados pelas autoridades de saúde pública. As crenças e os modelos mentais preexistentes são passíveis de influenciar a forma como os indivíduos percecionam estas recomendações (Kremer et al. 2019). A medicina tradicional e as curas espirituais são importantes e estão difundidas em Moçambique.

Atualmente, existem mais de 75,000 curandeiros tradicionais em Moçambique, em comparação com cerca de 1,500 médicos. Neste contexto, é expectável que as crenças tradicionais possam influenciar a forma como os comportamentos recomendados pelas autoridades de saúde pública são disseminados e adotados. Entre as duas fases de inquérito, pretendemos implementar uma campanha informativa direcionada aos inquiridos sobre as melhores práticas na prevenção e limitação de contágios da COVID-19.

Avaliaremos o impacto de diferentes abordagens de comunicação sobre as medidas de resultado principais, como a consciência e as crenças em relação à COVID-19 e os comportamentos adotados. Neste sentido, esperamos alcançar uma melhor compreensão das formas de considerar e integrar as crenças tradicionais de saúde em políticas relacionadas com a emergência da COVID-19, fornecendo assim importantes perspetivas para o desenho de políticas que provavelmente serão cumpridas pela população.